sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Os fluidos e suas propriedades !

O estudo dos fenômenos espíritas fez-nos conhecer estados de matéria e condições de vida que a Ciência havia longo tempo ignorado. Ficamos sabendo que, além do estado radiante, a matéria, tornada invisível e imponderável, se encontra sob formas cada vez mais sutis que se denominam fluidos. À medida que se rarefaz, adquire novas propriedades e uma capacidade de irradiação sempre crescente; torna-se uma das formas da energia.Esta força, gerada pelo próprio Espírito encarnado ou desencarnado, tem sido designada sob os nomes de força ódica, fluído magnético, força elétrica, força psíquica e, mais recentemente, de Bioenergia. É através dessa energia específica que os Espíritos interagem uns com os outros e exercem a sua influência no mundo corpóreo.
MECANISMO DE FORMAÇÃO
Observa-se pela definição de André Luiz que todo um processo dinâmico e complexo envolve a formação dos Fluidos Espirituais. Ao ser absorvido pelo corpo espiritual, o Fluido Universal será manipulado na mente. A mente humana, sediada no Centro Coronário é um brilhante laboratório de forças sutis, onde o pensamento e a vontade estão aglutinando as partículas do Fluido Cósmico Universal e dando a elas as suas próprias características. O Fluido Espiritual específico da individualidade, será distribuído por todos os centros de força, ocupará as regiões mais íntimas do perispírito e ao se exteriorizar para fora da organização espiritual irá constituir a aura, distribuindo-se, logo após, pelo ambiente, formando a atmosfera espiritual do local.
A AURA
A aura é o resultado da difusão dos fluidos espirituais para além da organização perispiritual. Forma em torno do Espírito um envoltório fluídico, de cerca de 20 a 25 cm, a partir da superfície do corpo, e vai se constituir no retrato de nosso mundo íntimo. O que somos, o que pensamos e o que sentimos, será fielmente retratado em nosso campo áurico.
CARACTERÍSTICAS DOS FLUIDOS
Os fluidos espirituais não possuem qualidade sui generis, mas sim, qualidades do indivíduo que os elaborou. Em decorrência então da evolução espiritual e das peculiaridades particulares de cada pessoa, os fluidos irão assumir características diversas:
a) Pureza: varia ao infinito e depende do grau de evolução moral que a criatura já alcançou. Os fluidos menos puros, densos, grosseiros, formam a atmosfera espiritual do planeta, em decorrência do atraso espiritual que ainda caracteriza a população de Espíritos vinculados ao orbe terrestre. Os fluidos espirituais vão se eterizando e se sutilizando à medida que se afastam da crosta, assumindo um grau de pureza sempre crescentes. As esferas espirituais mais afastadas da superfície da Terra são formadas dos fluidos mais puros em virtude de serem habitadas por entidades moralmente mais elevadas.
b) Propriedades Físicas: os fluidos espirituais apresentam características físicas como: odor, coloração, temperatura, etc. Pessoas portadoras de sensibilidade mediúnica podem perceber essas características.
c) Qualidade dos Fluidos: tem conseqüências de importância capital a qualidade dos fluidos espirituais. Sendo esses fluidos formados a partir do pensamento e, podendo este modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles devem achar-se impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os fazem vibrarem. Será, portanto, a soma dos sentimentos da individualidade, o "raio da emoção", na expressão de André Luiz, que irá qualificar o fluido, dando a ele potencialidades superiores ou inferiores. Nesse sentido, os fluidos vão trazer o cunho dos sentimentos de ódio, inveja, ciúme, hipocrisia, de bondade, de paz, etc. A qualidade dos fluidos será, em síntese, o reflexo de todas as paixões, das virtudes e dos vícios da humanidade. Assim sendo, encontrar-se-á fluidos balsamizantes, alimentícios, vivificadores, estimulantes, anestesiantes, curativos, soníferos, enfermiços, etc.
FLUIDOS E PERISPÍRITO
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica a dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto por sua expansão e sua irradiação com eles se confunde. Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno reage sobre o organismo materiais com que se acha em contato íntimo. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas e mentais das mais sérias. Muitas enfermidades têm sua gênese nesta absorção de natureza infeliz.
EVOLUÇÃO!!
Allan Kardec, em toda a sua obra, procurou demonstrar que o Espiritismo nada tem a ver com o maravilhoso e o sobrenatural, e não guarda relação com nenhum tipo de superstição. Assim, a teoria da evolução no espiritismo está intimamente atrelada à da ciência. Claro, é preciso reconhecer que, na codificação de Kardec, está atrelada ao que se sabia de ciência de sua época, com todas as suas falhas e preconceitos. Mas, como o próprio Kardec postulou: "Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará". Assim, cabe aos espíritas a atualização da doutrina através de um contínuo estudo.
O diferencial aqui é que, no espiritismo, toda a explicação da evolução do universo, planetas e seres se processa de acordo com a ciência, mas possui sua causa em uma inteligência (ou inteligências), durante todo o processo.

A Formação da vida na Terra
Acredita-se que a vida na Terra tenha surgido há cerca de 2 bilhões de anos, e, segundo a teoria que hoje prevalece, o primeiro ser vivo surgiu da combinação de elementos químicos presentes na Terra primitiva.
A fim de romper as moléculas dos gases simples da atmosfera e reorganizar as partes em moléculas orgânicas, era preciso energia, abundante na Terra jovem. Existia calor e vapor d'água. Tempestades violentas eram acompanhadas de relâmpagos que forneciam energia elétrica. O Sol bombardeava a Terra com partículas de alta energia e luz ultravioleta. Essas condições foram simuladas em laboratório, e os cientistas demonstraram que assim se produzem moléculas orgânicas. Entre elas, estão alguns aminoácidos, os importantes blocos de construção das proteínas, componentes fundamentais da matéria viva.
Em seguida, na seqüência que conduziu à vida, esses compostos foram levados da atmosfera pelas chuvas e começaram a se concentrar em certas áreas do oceano. Algumas moléculas orgânicas tendem a se agarrar no oceano primitivo, esses agregados provavelmente tomaram a forma de gotas, envolvidos por fina película protetora. Denominam-se esses seres de coacervados. Essas estruturas, apesar de não serem vivas, têm propriedades osmóticas e podem se unir, formando outro coacervado mais complexo. Da evolução destes coacervados, surgem as primeiras formas de vida. Os primeiros seres vivos, segundo se acredita, eram heterótrofos (buscavam o alimento fora deles), habitante das águas, unicelular e com um único sentido: o tato.
Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, escreve no livro "A Caminho da Luz" que todo esse processo admirável não foi obra do acaso, resultado de forças cegas, inconseqüentes, e sim, a conseqüência de um trabalho bem elaborado dos Espíritos superiores, responsáveis pelo destino de nosso planeta. Emmanuel nos informa que Jesus (ele mesmo) e sua falange de engenheiros, químicos e biólogos siderais estiveram presentes todo o tempo, acompanhando fase a fase o despertar da vida no planeta. Não podemos também desconsiderar a presença do princípio inteligente (que poderíamos chamar de "Deus") que, como "campo organizador da forma", deve ter exercido um papel preponderante no processo de gênese orgânica.
Emmanuel nos diz:
"E quando serenaram os elementos do mundo nascente, quando a luz do Sol beijava, em silêncio, a beleza melancólica dos continentes e dos mares primitivos, Jesus reuniu nas Alturas os intérpretes divinos do seu pensamento. Viu-se então, descer sobre a Terra, das amplidões dos espaços ilimitados, uma nuvem de forças cósmicas que envolveu o imenso laboratório em repouso. Daí a algum tempo, podia-se observar a existência de
um elemento viscoso que cobria toda a Terra. Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada." Este relato, obviamente que de forma romanceada, sugere elementos da Panspermia, teoria marginalizada pela ciencia até poucos anos e que sustenta que o "detonador" da vida na Terra foram elementos provenientes do espaço (trazidos por cometas, meteoritos e nebulosas). Nas questões 43, 44 e 45 de "O Livro dos Espíritos" (de 1857), a Quimiossíntese e a Teoria dos Coacervados, de Alexander Oparin (de 1936), são prenunciadas pelos Espíritos, com palavras diferentes, mas com a mesma idéia.
A Evolução Orgânica
Não mais se discute hoje a realidade do processo evolutivo. A evolução das espécies é um fato inquestionável. Através de processo múltiplos e fenômenos diversos, os primeiros seres vivos, unicelulares e simples, foram os precursores de todas as formas complexas de vida. Mas qual o mecanismo dessa evolução? Duas teorias, agindo conjuntamente, sem se excluírem, tentam explicar a evolução:
Darwinismo: lançado em 1859, por Charles Darwin (No livro "A Origem das Espécies"). O Darwinismo se baseia na seleção natural, ou seja, os seres mais aptos sobrevivem, enquanto os menos aptos desaparecem.
Mutacionismo: teoria que teve em Hugo de Vries seu idealizador, baseia-se no conceito de mutação (toda alteração no patrimônio genético dos seres, que se transmite às espécies descendentes). Segundo essa teoria o aparecimento de espécies novas seria o resultado de várias mutações ocorridas nas espécies anteriores.
Como o macaco se tornou homíneo até hoje é uma incógnita. Nunca encontramos realmente o "elo perdido", a espécie biológica que represente esta transição. Já chegamos bem perto, mas ainda falta "algo". Tal vácuo dá espaço até para teorias de seres alienígenas que ficaram responsável por esta transição, com alterações in vitro e por meio de reprodução controlada inter-espécies (teoria esta não de todo maluca, se formos pesquisar nas lendas dos povos antigos, como os sumérios, índigenas e asiáticos).
Mas vejamos o pensamento de Kardec, em seu tempo, numa ciência ainda fortemente influenciada pelo modelo grego em que beleza = evolução, vemos no livro "A Gênese", de Allan Kardec, cap. 11, a "Hipótese sobre a origem do corpo humano":
Bem pode dar-se que corpos de macaco tenham servido de vestidura aos primeiros Espíritos humanos, forçosamente pouco adiantados, que viessem encarnar na Terra, sendo essa vestidura mais apropriada às suas necessidades e mais adequadas ao exercício de suas faculdades, do que o corpo de qualquer outro animal. Em vez de se fazer para o Espírito um invólucro especial, ele teria achado um já pronto. Vestiu-se então da pele do macaco, sem deixar de ser Espírito humano, como o homem não raro se reveste da pele de certos animais, sem deixar de ser homem. Fique bem entendido que aqui unicamente se trata de uma hipótese, de modo algum posta como princípio, mas apresentada apenas para mostrar que a origem do corpo em nada prejudica o Espírito, que é o ser principal, e que a semelhança do corpo do homem com o do macaco não implica paridade entre o seu Espírito e o do macaco. Admitida essa hipótese, pode-se dizer que, sob a influência e por efeito da atividade intelectual do seu novo habitante, o envoltório se modificou, embelezou-se nas particularidades, conservando a forma geral do conjunto. Melhorados os corpos, pela procriação, se reproduziram nas mesmas condições, como sucede com as árvores de enxerto. Deram origem a uma espécie nova, que pouco a pouco se afastou do tipo primitivo, à proporção que o Espírito progrediu. O Espírito macaco, que não foi aniquilado, continuou a procriar, para seu uso, corpos de macaco, do mesmo modo que o fruto da árvore silvestre reproduz árvores dessa espécie, e o Espírito humano procriou corpos de homem, variantes do primeiro molde em que ele se meteu. O tronco se bifurcou: produziu um ramo, que por sua vez se tornou tronco.
O tempo passou, aprendemos coisas como ecosistema, beleza só não põe mesa, a natureza não dá saltos, jacarés e ornitorrincos estão muito bem, obrigado, nada se perde, tudo se transforma, etc. A questão evoluiu no espiritismo pelas mãos de Chico Xavier e Emmanuel, que nos esclarecem que muitas das transformações que se verificaram nos seres foram, anteriormente, promovidas em suas estruturas perispirituais, entre uma existência e
outra (ou seja, no plano espiritual!). Os Espíritos construtores, sob a supervisão de Jesus, retocavam, em vezes sucessivas, as formas perispiríticas, e estas alterações criariam o campo magnético para as futuras mutações.
Conta ainda que os seres atuais não tinham, no princípio da vida, suas formas biológicas totalmente definidas. Experiências múltiplas, no patrimônio genético dos nossos antepassados, coordenadas por geneticistas siderais, foram modelando aquelas formas que deveriam persistir até os tempos atuais. A seleção natural se incumbiria de fazer desaparecer as formas primitivas inaptas. Ou seja, uma mistura de Mutacionismo, Design Inteligente e Darwinismo. Interessante.
Emmanuel volta a dizer:
Extraordinárias experiências foram realizadas pelos mensageiros do invisível. As pesquisas recentes da ciência sobre o tipo de Neanderthal, reconhecendo nele uma espécie de homem bestializado e outras descobertas interessantes da Paleontologia, quanto ao homem fóssil, são um atestado dos experimentos biológicos a que procederam os prepostos de Jesus, até fixarem no primata as características aproximadas do homem futuro. Os séculos correram o seu velário de experiências penosas sobre a fronte dessa criatura de braços alongados e de pelos densos, até que um dia as hostes do invisível, operaram uma definitiva transição no corpo perispiritual pré-existente, dos homens primitivos, nas regiões siderais e em certos intervalos de suas reencarnações. Surgem os primeiros selvagens de compleição melhorada, tendendo à elegância dos tempos do porvir.
A evolução espiritual
Quanto à origem dos Espíritos, quase nada se sabe. Allan Kardec diz: "Desconhecemos a origem e o modo de criação dos Espíritos; apenas sabemos que eles são criados simples e ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento, porém perfectíveis e com igual aptidão para tudo adquirirem e tudo conhecerem. Na opinião de alguns filósofos espiritualistas, o princípio inteligente, distinto do princípio material, se individualiza e elabora, passando pelos diversos graus da animalidade. É aí que a alma se ensaia para a vida e desenvolve, pelo exercício, suas primeiras faculdades. Esse seria, por assim dizer, o período de incubação. Haveria assim filiação espiritual do animal para o homem, como há filiação corporal."
Hoje não resta mais dúvida de que os Espíritos, em sua longa trajetória, têm percorrido os diversos reinos da natureza. O pensamento de Léon Denis, de que "a alma dorme na pedra, sonha na planta, move-se no animal e desperta no homem", está plenamente incorporado ao corpo doutrinário do Espiritismo.
André Luiz, no livro "Mecanismos da Mediunidade" explica que "Temos, hoje, o Espírito por viajante do Cosmo, respirando em diversas faixas de evolução, condicionados nas suas percepções, à escala do progresso que já alcançou". E que tal progresso, estampado no campo mental de cada alma, vai ser condicionado por duas variantes: "o tempo de evolução, ou seja, aquilo que a vida já lhe deu, e o tempo de esforço pessoal na construção do destino, ou seja, aquilo que ele próprio já deu à vida".

Assunto pesquisado por Greissi Borges

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